Com novo governo em Israel, Bolsonaro está cada vez mais sozinho
Daniel Gateno
O presidente Jair Bolsonaro publicou uma mensagem na última segunda-feira(14) onde parabeniza o novo primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennet e o ministro das Relações Exteriores, Yair Lapid.
Ele também agradeceu o ex-premiê Benjamin Netanyahu pela “amizade e o ótimo trabalho na parceria entre o Brasil e Israel”.
Com a saída de Netanyahu, as relações entre o governo Bolsonaro e o novo governo israelense não devem ser tão próximas.
O presidente brasileiro fez de tudo para se aproximar de Bibi, que foi um dos principais líderes a visitarem o Brasil para a posse de Bolsonaro. O mandatário se comprometeu a mudar embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, o que acabou não acontecendo por pressão de diversos países árabes.
As bandeiras de Israel se tornaram frequentes em diversas manifestações bolsonaristas, que usavam como referência uma Israel que não existe. Durante a pandemia, protestos a favor da Cloroquina e contra máscaras e medidas restritivas para o controle da Covid-19 também contaram com bandeiras israelenses.
De fato, em Israel ninguém mais usa máscara. O Ministério da Saúde do país afirmou nesta segunda que o equipamento não é mais obrigatório em locais públicos fechados. Contudo, não se trata de nenhum tipo de negacionismo, Israel tem mais de 60% de sua população imunizada com as duas doses da vacina.
O culto a um país que simbolizaria o conservadorismo do governo brasileiro não é real. Netanyahu não está mais no poder, assim como Yossy Shelley, ex-embaixador de Israel no Brasil e amigo da família Bolsonaro, não está mais aqui.
Por esse motivo, cada vez mais o governo federal vai perdendo as suas referências.
O novo governo israelense não parece disposto a dar palanque para Bolsonaro.Yair Lapid, novo chanceler, quer melhorar as relações do país com os democratas americanos e os europeus. Ele é critico da maneira que Netanyahu apoiou a reeleição de Donald Trump nos Estados Unidos e prega pelo pragmatismo.
O governo Bolsonaro nunca foi pragmático e está vendo seus aliados geopolíticos serem derrotados.
Na esteira do negacionismo e da mentira, Bolsonaro está cada vez mais sozinho.
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