Posicionamento do Instituto Brasil-Israel sobre a escalada de violência entre israelenses e palestinos
15 maio 21

Posicionamento do Instituto Brasil-Israel sobre a escalada de violência entre israelenses e palestinos

Diante da escalada da violência envolvendo israelenses e palestinos, o Instituto Brasil-Israel vem a público manifestar sua preocupação com a situação e exortar os envolvidos a preservar vidas em ambos os lados e a criar condições para a convivência entre os povos em paz, segurança e igualdade.

Nesse sentido, consideramos que:

1. Os ataques indiscriminados de grupos palestinos contra a população civil de Israel são inaceitáveis e devem ser chamados pelo nome: terrorismo. Essas ações têm causado a morte de pessoas, danos materiais e medo na população. É lamentável a seletividade de grupos ditos progressistas que silenciam diante destas violações dos direitos humanos e crimes de guerra.

2. O Estado de Israel têm não apenas o direito, mas a obrigação de garantir a segurança dos seus cidadãos, quaisquer que sejam as suas origens étnicas, nacionais ou religiosas. E não apenas na capital e nos grandes centros do país, mas também nas cidades periféricas do sul, mais pobres e vulneráveis. Isso deve ser feito tendo-se como prioridade a preservação da vida, dentro ou fora das fronteiras do Estado.

3. Não que antes desta onda de violência houvesse uma situação de “paz”. Por um lado, são constantes as ameaças de destruição do Estado de Israel por parte de grupos como o Hamas e países vizinhos. Por outro, mais de 50 anos de ocupação de territórios palestinos por parte de Israel implica em cerceamento da liberdade de quem vive ali e contribui para que surjam, de tempos em tempos, novos surtos de revolta. Adicionalmente, não foi garantida igualdade plena de direitos entre judeus e não judeus no país. Situações de violência estrutural geram situações de violência conjuntural. É necessário criar condições para a resolução das questões estruturais.

4. A ideia de embate entre “israelenses” e “palestinos”, ou a de que existem apenas dois lados neste confronto, provoca o apagamento dos diferentes projetos políticos no interior de cada grupo nacional. Há palestinos que querem ver um Estado Palestino no lugar do Estado de Israel. E há palestinos que querem viver em paz e segurança em um Estado Palestino ao lado do Estado de Israel. Há israelenses que querem ampliar as fronteiras do Estado de Israel de modo que não exista Estado Palestino. E há israelenses que querem viver em paz e segurança ao lado de um Estado Palestino. Apenas reconhecendo as diferentes agendas no interior de cada grupo nacional é possível formar alianças para derrotar projetos nacionalistas excludentes e fortalecer pontos comuns que apontem para um futuro compartilhado.

5. Neste momento, preocupa-nos, em especial, a violência sem precedentes entre israelenses judeus e israelenses não judeus. Cenas de linchamentos, invasão de casas, quebra de lojas e queima de espaços de culto têm se tornado frequentes. Em não havendo esforços de contenção imediata, existe risco de guerra civil.

6. Conclamamos as comunidades judaicas e árabes da diáspora, inclusive aquelas que vivem no Brasil, a não se deixarem contaminar pelos acontecimentos no Oriente Médio. A manutenção dos laços de amizade é uma poderosa mensagem num momento de desconfiança mútua. Pedimos, ainda, a todos os brasileiros, que atentem-se e abstenham-se de comentários de cunho antissemita e/ou islamofóbico.

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