Como o judaísmo vê a morte

Num momento em que a morte está tão banalizada, é importante refletir sobre o luto e o seu significado. Passamos hoje por uma crise política, sanitária e humanitária em que pessoas se tornaram apenas mais um número, e a responsabilidade com a vida ficou para segundo plano.
Mas como o judaísmo encara a morte? Existe a ideia de vida no pós-morte? Como é feito um enterro judaico? E o que fazem aqueles que ficam quando um ente querido se vai?
Amanda Hatzyrah e Anita Efraim conversaram com o rabino Ruben Sternschein, que integra o rabinato da CIP desde 2008, é mestre em Filosofia Judaica pela Universidade Hebraica de Jerusalém e também doutor em Filosofia Judaica pela USP. Ele contou que o conceito de “Nefesh” no judaísmo é a unidade do indivíduo: corpo e alma. A morte é um separação destas partes.
Para Sternschein, é importante homenagear quem já se foi através das memórias. “Estamos acostumados a pensar que a memória é uma viagem ao passado. É verdade, mas não é a única parte da memória. Na minha opinião e na minha experiência rabínica, de acompanhar muitos lutos, existe algo que eu, pessoalmente, chamo de memória futura. A pessoa [de luto] faz o seguinte exercício: o que diria meu avô falecido diante dessa nova situação?” diz Sternschein. “Você cria um espaço, no presente e no futuro, para alguém que já não está e, assim, a memória se torna presente e futuro também, não somente passado. Desse modo, você não fica preso no passado e você não deixa a pessoa falecida presa no passado. Você dá uma continuidade, ‘pós-vida’ à vida.”
Onde ouvir
Artigos Relacionados
O legado de Henry Sobel é o tema da semana do podcast do IBI
18 de dezembro de 2019
Henry Sobel foi um dos rabinos mais conhecidos na comunidade judaica brasileira. Difícil achar um judeu que nunca tenha cruzado o caminho de Sobel e ouvido seu tão conhecido sotaque. Conversamos com o rabino Michel Schlesinger, a quem Sobel chamava de sucessor. Falamos sobre seu legado, a atuação no assassinato de Vladimir Herzog, o episódio […]


O conflito esfriou? Dois atentados no mesmo dia provam que não
27 de novembro de 2021
Por Daniela Kresch

Irã faz patético gol contra ao boicotar Israel
16 de agosto de 2017
O regime iraniano cometeu um enorme e patético gol contra. Suspendeu dois jogadores da seleção do Irã de futebol porque eles atuaram por uma equipe grega contra o Macabi Tel Aviv de Israel, ferindo um grotesco boicote aos israelenses na área esportiva. A atitude revoltou grande parte da torcida iraniana, que será a maior prejudicada. […]
