O que leva grupos de esquerda à Embaixada do Irã no Brasil?
09 jan 20

O que leva grupos de esquerda à Embaixada do Irã no Brasil?

Você pode ser a favor, contra ou mesmo ter sentimentos dúbios em relação ao ataque americano que matou o general iraniano Qasem Soleimani.

Mas chega a ser estranho ver grupos de esquerda se compadecendo das autoridades do regime, apressando-se a prestar-lhes condolências e fazendo isso justamente no espaço mais representativo do aparato oficial.

Não é de hoje que o silêncio ensurdecedor de alguns desses grupos frente as constantes violações dos princípios universalistas tem sido a regra. O “imperialismo” tornou-se argumento para passar pano para ditaduras e teocracias que, às vezes, aparecem de forma combinada, como no caso em questão. A dinâmica “opressor” e “oprimido” acaba por distorcer a realidade, apagar a complexidade das relações sociais e faz com que se cruze linhas morais inimagináveis.

Já estamos acostumados com o olhar torto sobre as nações do Oriente Médio. No caso de Israel, costuma-se ignorar a sociedade civil, as contradições internas do país, assim como as manifestações que desafiam a política hegemônica. O mesmo se dá com o Irã, mas ao contrário: busca-se higienizar o seu governo, escondendo-se aquilo que não combina com os valores supostamente defendidos.

Ao fazer isso, tais grupos produzem o duplo isolamento das vítimas do regime e contribuem para perpetuá-lo no poder. Nada mais distante do papel histórico que têm a desempenhar.

Artigos Relacionados


SEMANA DO ORGULHO – Evolução dos direitos LGBT+: Brasil e Israel

Calendar icon 28 de junho de 2021

Arrow right icon Leia mais

Playlist da semana: Trilha para Nossas Trilhas

Calendar icon 23 de outubro de 2019

Curadoria de Ale Edelstein

Arrow right icon Leia mais

Israel líquida

Calendar icon 12 de maio de 2020

Por Fábio Silva

Arrow right icon Leia mais