EDITORIAL: Um inimigo comum de árabes, negros e judeus
O reconhecimento de que a proteção dos espaços de manifestação política constitui parte do sistema contemporâneo de liberdade de expressão coloca novos desafios para a democracia. Manifestações de grupos com convicções abertamente racistas, xenófobas e antissemitas, como a que ocorreu recentemente nos Estados Unidos, têm causado sérios danos a integrantes de comunidades étnicas e sociais minoritárias. A permissibilidade com que tais discursos são tratados pode ser vista como parte do processo de corrosão da igualdade política e mesmo da integridade, física e moral, das minorias atacadas.
p.p1 {margin: 0.0px 0.0px 0.0px 0.0px; font: 12.0px Arial}
Na marcha de Charlottesville, além do número considerável de pessoas presentes, chamou a atenção a quantidade de referências que os participantes carregavam consigo: tochas fazendo alusão à KKK (Ku Klux Kan), suásticas, gritos de guerra discriminatórios, bandeiras escravocratas. A ideologia supremacista tomava igualmente como alvo árabes, judeus, negros, gays e outras tantas minorias. É importante que se perceba nos símbolos utilizados os ideais em que neles sobrevivem para que se possa compreender sua função ideológica e política.
Em sociedades multiétnicas, com muitos milhões de pessoas, a organização democrática consiste em discussões e resoluções fluidas, frequentemente sobrepostas e divergentes. Assim sendo, pessoas ou grupos podem assumir múltiplos lugares nos espaços de deliberação e luta política. Nesse sentido, comunidades percebidas a priori e vulgarmente como inimigas (por exemplo, árabes e judeus) têm, na verdade, atributos comuns, podendo atuar em conjunto ao tornarem-se vítimas do mesmo pensamento excludente.
Ao atuar de maneira violenta, impondo uma lógica arbitrária e retrógrada, tais manifestações ratificam e reproduzem preconceitos, racismos e antissemitismos. O enfrentamento a elas deve ser construído em conjunto, envolvendo todas as pessoas e grupos que se sentiram ultrajados.
Artigos Relacionados
Ficção e realidade em “Teerã”: novo seriado israelense de espionagem
7 de julho de 2020
TEL AVIV – Todos falam de “Fauda”, o seriado israelense mais bem-sucedido da História, com fãs no mundo todo. Mas uma nova série israelense de ação e suspense pode desbancar “Fauda”. Trata-se de “Tehran” (Teerã), uma obra de espionagem de tirar o fôlego que lida com a rivalidade entre Israel e Irã. O seriado estreou […]

Playlist da semana: Músicas israelenses sobre o amor
25 de abril de 2019
Curadoria de Caroline Beraja
